O segmento de shopping centers voltados para o consumidor de
luxo tem experimentado uma certa expansão nos últimos anos aqui no Brasil.
Dentre as inaugurações recentes destacam-se o JK Iguatemi, em São Paulo, o
Village Mall, da Multiplan, no Rio de Janeiro e o Pátio Batel, do Grupo Soifer,
em Curitiba. Todas essas novidades são também fruto das melhorias da nossa
economia, que não impulsionam apenas as chamadas classes médias, mas também
multiplicam a quantidade de consumidores brasileiros de alto padrão.
Por isso mesmo, começam a pipocar aqui e acolá estudos que
pretendem dissecar o comportamento dos endinheirados. Uma das mais recentes foi
feita pela Truth Central e entrevistou cerca de 4 mil pessoas posicionadas
entre os 20% mais ricos de 21 cidades do planeta, entre elas Rio e São Paulo.
O estudo mostrou que de todos os entrevistados apenas 12% se
reconhecem como ricos. Além da modéstia e da cautela, contribui para esse resultado
surpreendente o fato de que hoje os sinais de riqueza nem sempre são tão
visíveis assim. Muitos endinheirados preferem ocultar suas posses, enquanto
outros, ao contrário, fazem questão de parecer ter mais do que de fato possuem.
Conclusão: 84% dos pesquisados admitem que hoje em dia está mais difícil dizer
o quão rica é uma pessoa apenas olhando para ela. Se esta tarefa já é
complicada para quem é rico, imagina para os vendedores das lojas de produtos
de luxo. Na dúvida, o melhor é prevenir, para evitar o efeito ‘Pretty Woman’
(você certamente se lembra da famosa cena do filme quando a personagem de Julia
Roberts é esnobada em uma loja de Los Angeles por causa da aparência).
Apesar dessa dificuldade, os próprios entrevistados deram
pistas valiosas para quem quer saber se uma pessoa é rica ou não. No caso das
mulheres, a dica é observar, pela ordem, suas joias, bolsas e cosméticos. Já os
indicadores masculinos são os sapatos, casacos e joias. Mas os ricos de
verdade, além de objetos caros, também possuem em abundância tempo,
experiências e instrução. Ou seja, são clientes para lá de exigentes.
O estudo mostrou ainda que nem todo rico é igual. Há aqueles
que são mais elitistas, mas também existem os que valorizam a cultura, os que
se sentem beneficiados pelos seus talentos naturais e ainda os que morrem de
medo de perder o que conquistaram.
Quer saber o que uma marca deve fazer para se comunicar bem com
toda essa gente? Um bom começo é mostrar que sabe o que os ricos mais
valorizam: a família, o tempo e a liberdade. Eles gostam de ver seus entes
queridos retratados como pessoas elegantes e impecáveis. Levam muito a sério
seus hobbies, dedicando a eles a mesma paixão que demonstram pelo trabalho. E
adoram a liberdade de poder obter o que quiserem, a qualquer hora e em qualquer
lugar.
Por fim, as marcas voltadas para o consumidor de luxo, devem
ser autênticas e defender causas – e não se limitar a vender o peixe. Mais de
80% dos entrevistados disseram com todas as letras que odeiam quando marcas se
mostram mais interessadas em seu dinheiro do que preocupadas com suas
aspirações e bem estar.
Como se vê, o desafio de agradar aos cobiçados clientes
Classe A não é simples. Mas vale a pena. Afinal, as recompensas podem ser bem
gordas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário