O cenário tem ficado mais complicado nos últimos tempos
porque o problema já não se restringe aos consumidores. Para piorar a situação,
parte do varejo tradicional desistiu de lutar contra o showrooming e resolveu abraçar a ideia, convencido de que os ventos
sopram mesmo na direção dos que apostam na estratégia omnichannel (uso combinado de vários canais). Para se ter uma
ideia, este ano em sua campanha de Natal, a Best Buy posiciona suas lojas como
‘The Ultimate Holiday Showroom’ (algo como ‘O showroom definitivo de Natal’). Como
você pode perceber, a Best Buy resolveu aderir à tese do ‘se não pode vencê-los
junte-se a eles’. Não é incrível?
É verdade que nem todos os varejistas embarcaram nessa. Marcas
como a Williams-Sonoma, por exemplo, ainda procuram combater o showrooming por meio de produtos
exclusivos, seja de marca própria ou de fabricantes conceituados, e também com
a promoção de aulas e demonstrações de produto dentro das lojas. Isso tudo,
claro, temperado pela política de price
match, ou seja, cobrindo os preços praticados pelo ecommerce.
Porém nem todas as notícias recentes são ruins para os
shopping centers. A melhor delas veio de uma pesquisa da Columbia Business
School, que depois de entrevistar 3 mil pessoas em três países diferentes,
concluiu que apenas 6% dos consumidores que usam seus celulares dentro de uma
loja possuem o firme propósito de completar a compra pela internet. Descobriu
ainda que cerca da metade dos pesquisados faz comparação de preços e que muitos
se limitam a utilizar o aparelho para obter maiores informações sobre o
produto, ler avaliações de outros consumidores e muitas vezes navegar no site
da própria loja onde estão. A pesquisa mostra ainda que o showrooming é alimentado por preços baixos e promoções online. Já o
que desequilibra a balança para o lado das lojas físicas são fatores
relacionados à gratificação instantânea: vontade de levar o produto na hora,
falta de paciência para esperar a entrega online e a conveniência de comprar na
loja física.
A conclusão do estudo é de que o showrooming, no final das
contas, não é um bicho tão feio assim. E que a natureza imediatista das
pessoas, aliada ao prazer de fazer compras em lojas de verdade, ainda são
poderosos aliados de lojas e shoppings. Apesar disso, não custa nada ficar
atento, manter a guarda e seguir os passos da cartilha anti-showrooming: investir em bom atendimento e em experiências
diferenciadas, de preferência baseadas em entretenimento, educação ou estética.
Afinal, prevenir é sempre melhor do que remediar, não é mesmo? ;-)
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