Conversei ontem com Julio Ribeiro, fundador da Talent, depois que sua agência anunciou a associação com o francês Publicis Groupe. Ficou claro para mim que, se a principal motivação para o negócio foi a necessidade percebida pela Talent de fazer parte de uma rede internacional para atender contas globais no Brasil e também acompanhar clientes nacionais, como Tigre e Votorantim, em suas investidas em outros países, a escolha pela Publicis entre os diferentes grupos que se interessaram pelo negócio foi determinada pela independência garantida pelos franceses à operação da agência brasileira. “Eu não sei trabalhar em outro modelo que não seja este da Talent”, confessou Ribeiro. Ainda insisti, lembrando a cláusula de ampliação de participação, que permitiria no futuro que a Publicis aumentasse sua fatia na agência para mais do que os 49% atuais. Júlio não deu muita corda para o assunto - “fazer futurologia não é construtivo no momento”, rebateu.
A Talent era uma das últimas agências nacionais do mercado (“só tinha sobrado eu”, comentou Ribeiro) e seus sócios vinham há tempos refletindo sobre o futuro. Se de um lado não acreditavam mais que conseguiriam seguir sozinhos, de outro não queriam simplesmente ser incorporados por outra agência, como aconteceu recentemente com a W, do Washington Olivetto. A proposta da Publicis, nesse sentido, foi perfeita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário