Boa parte do vigor que apresenta a economia brasileira nos últimos tempos vem da força do mercado interno, mais especificamente de um segmento que os especialistas apelidaram de Nova Classe Média.
De fato, o país, que no passado era praticamente dividido entre ricos e pobres, ganhou um extrato intermediário numeroso e importante. Um novo levantamento, divulgado semana passada pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, mostrou que esse grupo, que possui renda média familiar entre R$ 1.126 e R$ 4.854, já é maioria e representa 50,5% da nossa população. O poder de consumo desse pessoal também já superou o dos mais ricos – enquanto essa “nova classe C” concentra 46% do potencial de consumo nacional, as classes AB ficam com apenas 44%, segundo os cálculos da FGV.
Isso tudo é conseqüência de um processo que começou no início da década. De acordo com o estudo, de 2001 a 2009 a renda dos 10% mais ricos cresceu 12,5%, enquanto a dos 10% mais pobres subiu 69%.
O resultado não podia ser outro – no ano passado 86% dos brasileiros que compõem a Nova Classe Média possuíam celular, 34% um computador com acesso à internet, 53% máquina de lavar roupa, 97% geladeira e TV. Mas enganam-se os que pensam que esse ciclo está no fim. A FGV garante que o processo de geração de renda por meio do aumento do emprego ainda vai sustentar o consumo da nova classe media por muito tempo.
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