Existem no Brasil cerca de 6 milhões de trabalhadores domésticos. Estou falando de caseiros, arrumadeiras, faxineiras, empregadas e diaristas. Um levantamento recente, feito pelo Data Popular com base nos números do IBGE, revelou dados surpreendentes sobre esse grupo peculiar de trabalhadores. Para começo de conversa, vale dizer que somente 28% desses brasileiros possuem carteira assinada, 62% deles são pretos ou pardos, 94% são mulheres e 45% dos empregadores estão em estados do Sudeste. Até aí nada de novo.
Porém, a quantidade de empregados em serviços domésticos cresceu só 9% nos últimos 9 anos, enquanto a população como um todo aumentava 13,5%. Essa desproporção acabou se refletindo no salário desse pessoal. Enquanto o rendimento médio dos trabalhadores no país subiu 25% de 2002 para cá, o salário médio das domésticas se elevou em mais de 43% no mesmo período. Para você ter uma ideia do que isso representa, basta dizer que 5% dos trabalhadores domésticos brasileiros pertencem às classes A e B e outros 55% são da Classe C. Apenas 4 em cada 10 empregados domésticos estão nas classes D e E. Por isso mesmo não surpreende que 17% dos trabalhadores domésticos contem com a ajuda em suas casas de outros empregados domésticos. No total, esses profissionais movimentam 43 bilhões de reais por ano aqui no país. É um bocado de dinheiro.
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