segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Pequenos e médios varejistas devem perder a briga com os cartões de crédito

O Globo publicou hoje uma reportagem com importantes informações de bastidores sobre essa verdadeira queda de braço entre as administradoras de cartões de crédito de um lado e os pequenos e médios comerciantes de outro, estes apoiados pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, o CNDL. De acordo com fontes que teriam sido ouvidas pela repórter Patrícia Duarte, o governo teria decidido não liberar a cobrança de valores diferentes para pagamentos com cartão e dinheiro, como queriam os varejistas. O motivo seria a desconfiança de que os descontos poderiam não ser repassados aos consumidores.

Outra questão importante é a quebra da exclusividade do credenciamento de estabelecimentos comerciais. Mesmo isso só vai acontecer de fato em junho do ano que vem, quando a Visanet vai perder esse direito. Por fim, a solicitação dos lojistas da antecipação dos pagamentos pelos cartões também deve cair por terra. Hoje, os cartões levam 30 dias para repassar às lojas o dinheiro das vendas feitas com o plástico, cobrando um deságio quando o lojistas precisa receber antes. Os cartões alegam que se eles reduzirem o prazo de pagamento aos varejistas terão que também cobrar mais rápido dos consumidores. Enfim, tudo indica que os pequenos e médios lojistas vão sair dessa briga como entraram – de mãos abanando.

A pergunta que não quer calar é essa – os consumidores ganham ou perdem com tudo isso? A verdade é que os consumidores acabam não perdendo tanto. Os pequenos e médios lojistas de fato pagam taxas mais altas e tem menos benefícios que as grandes redes. Mas nem por isso podem subir muito seus preços, porque do contrário podem perder vendas paras os grandões. Ou seja, no frigir dos ovos, é o pequeno varejo que deve acabar pagando essa conta, reduzindo suas margens e comprometendo sua expansão.

A verdade é que esses lojistas precisam mais dos cartões do que os cartões dos pequenos lojistas. Por isso mesmo, a negociação sempre foi dura e ruim para esses varejistas de menor porte. A esperança era que o governo interviesse, o que, tudo indica, nao vai acontecer.

3 comentários:

luiz guilherme disse...

Luiz, e o pior é que com toda a "evolução" economica das diversas classes, o poder de compra ainda fica condicionado a dança do holerite! Se em outros lugares comprar a vista é regra, aqui é quase uma excessão. O dinheiro de plástic permite mais um passo nessa dança. Infelizmente.

Anônimo disse...

Luiz, é a primeira vez que vejo seu blog, sempre acesso pelo BBus. Hj, acabei de ver comentário seu sobre ENA e algo me chamou a atenção e ao mesmo tempo deixou dúvida, até porque me identifico com a tal faixa citada, estando fora de Rio-SP: a renda mensal média citada é familiar ou pessoal? Você acaba citando o mesmo valor uma hora para uma outra para a outra, valeu, AGGomes

Unknown disse...

Olá Luiz Marinho,

Meu nome é Marcus Vinicius Dellatorre, sou um dos alunos da FGV que acompanhou a sua palestra sobre o perfil do consumidor brasileiro no último sábado.
Gostaria de agradecer pela mesma e aproveitar para pedir uma cópia ou um link da apresentação.

Desde já agradeço.

Parabéns pelo blog! A partir de hoje serei mais um fiel visitante.

Abraços.