quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A crise continua viva nos vizinhos do Brasil

Essa semana estive em Bogotá, na Colômbia, para fazer uma palestra para executivos de shoppings de lá. Para me preparar melhor, dei uma olhada nos números do varejo colombiano e não gostei nem um pouco do que vi. Lembra daquele ditado, que fala que a grama do vizinho é sempre mais verde? Pois é, pelo menos no que diz respeito aos efeitos da crise econômica, dá para ver que a grama dos nossos vizinhos sul americanos anda bem mais castigada do que a nossa.

Para começo de conversa, vale dizer que a Colômbia, assim como nós, também está em recessão técnica. O PIB de lá recuou 1% no 4o trimestre de 2008 e mais 0,6% no primeiro trimestre de 2009. Mas, ao contrário do Brasil, que retomou o ritmo de crescimento, por lá a economia ainda patina. A produção industrial colombiana continua em marcha a ré e em junho caiu 6,5%. A taxa de desemprego está em 13,5%. No Brasil o desemprego anda na casa dos 8%. E o comércio, que em maio tinha vendido menos 3,5%, em junho conseguiu vender menos ainda e caiu 4,5%. Com isso, as vendas no comércio fecharam o primeiro semestre na Colômbia 5,2% menores do que em 2008. Para efeito de comparação, no Brasil o varejo cresceu 4,4% nesse mesmo período, segundo o IBGE.

Como conseqüência disso tudo, os consumidores colombianos estão trocando de marcas, escolhendo produtos mais baratos e procurando mais ofertas. Para dar uma idéia, todos os 30 principais produtos vendidos nos supermercados de lá custam menos que um dólar. Aliás, uma pesquisa da Fenalco, Federação Nacional do Comercio da Colômbia, mostrou que em 2007 81% dos consumidores de classe média freqüentavam supermercados. Hoje esse percentual baixou para 74%.

Curiosamente, em junho os segmentos que se salvaram foram os de informática e de calçados e artigos de couro. Aliás, embora as vendas gerais tenham caído 4,5%, os sapatos venderam mais 12,6%. O que prova que mesmo na crise as mulheres nao abandonam suas grandes paixões.;-)

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