Nos últimos anos o crédito foi um aliado importantíssimo do varejo brasileiro. A nova classe média aproveitou as possibilidades de parcelamento para comprar produtos mais caros, como televisões, computadores, materiais de construção e até automóveis.
No final do ano passado, porém, bancos e financeiras colocaram o pé no freio e endureceram as condições para concessão de crédito para boa parte dos clientes. Para se ter uma idéia, uma das maiores redes de eletro-eletrônicos do país reduziu o percentual de aprovação de propostas de financiamento de 72% no último trimestre de 2007 para apenas 35% no 4o trimestre de 2008, por medo da inadimplência.
Porém, outros obstáculos separam os brasileiros do crédito. Pesquisa realizada pela McCann Erickson mostrou que 91% dos consumidores de classe C reclamam da burocracia exigida pelos bancos e financeiras e 68% deles se queixam que essas instituições “pedem muita coisa”. Nas entrelinhas, emerge a sensação de que os donos do dinheiro não tratam seus clientes potenciais com o devido respeito. Aliás, 34% dos entrevistados disseram textualmente que já se sentiram desrespeitados pelos agentes financeiros formais. A verdade é que o distanciamento entre o sistema financeiro e os brasileiros da classe média não ajuda nem um pouco o comércio nestes tempos bicudos.
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