Em janeiro de 1999 fui pela primeira vez à convenção da National Retail Federation, em Nova Iorque, atraído pelos debates que sempre acontecem neste que é considerado o mais importante evento do varejo global. Acontece que 1999 foi justamente o ano em que só se falava de Internet. Estávamos no auge da bolha, que depois iria estourar, e muita gente boa garantia que o comércio eletrônico iria inclusive desbancar o varejo tradicional, ou seja, lojas de tijolo e cimento iriam desaparecer por conta da concorrência das lojas virtuais.
Em uma das super sessões do evento houve um debate do qual participaram duas empresas que vendiam brinquedos. Uma, a Toys R Us, ia mal das pernas e ameaçava até fechar as portas. A outra, chamada e-toys, era uma vedete dos novos tempos, queridinha dos que apregoavam a migração dos consumidores das lojas para os portais de vendas pela web. Nas entrelinhas, o representante da etoys dava suas espetadelas na pobre Toys R Us, aproveitando que a internet era a bola da vez.
Lembrei disso tudo porque na 5a feira passada a Toys R Us, que se recuperou daqueles tempos difíceis, adquiriu justamente o controle da e-toys, que estava sob recuperação judicial, para expandir a sua atuação no mundo virtual, sem abrir mão, claro, da presença no mundo real. Nada como um dia depois do outro, hein? Ironias a parte, a regra do jogo agora é integração. Isso significa oferecer opções para o consumidor, que pode escolher na internet e pegar o produto na loja, ou, ao contrario, escolher e testar o brinquedo na loja e preferir a conveniência de fechar a compra de casa ou do escritório. Em outras palavras, os dois canais não são excludentes. Ao contrário, são complementares.
3 comentários:
Bela história!
E inspira uma boa pauta sobre essa integração, hein?!
Cinthia Scheffer
Marinho, ótima colocação. O pessoal do mundo virtual demorou a entender essa lógica!
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