A tese de que os americanos estão mudando a forma de pensar e reavaliando seus padrões de consumo ganhou força no ano passado com a publicação de “The Way We’ll Be” (numa tradução livre, “O Jeito Como Vamos Ser”), livro escrito por John Zogby, presidente da Zogby International, um dos mais importantes institutos de pesquisa dos Estados Unidos. Com base em seus estudos de opinião e mercado, Zogby aposta que a sociedade norteamericana passa por uma transformação, que inclui a substituição do consumo desmedido e ostensivo por uma nova consciência global. Essa transição, segundo Zogby, alimenta quatro tendências principais:
1) A incorporação de um estilo de vida mais simplificado, que leva em consideração os limites impostos pela escassez dos recursos naturais do planeta;
2) O respeito à diversidade, não apenas étnica, mas também de pontos de vista e estilos de vida;
3) A busca por valores essenciais e conforto espiritual
4) A demanda por autenticidade por parte das marcas, da mídia, das instituições e dos líderes da nação.
Se o autor estiver certo, veremos nos próximos anos os americanos mais interessados em conforto e conveniência do que em luxo e extravagância. Outras conseqüências seriam a adesão dos Estados Unidos ao time dos que lutam verdadeiramente pela preservação do planeta e o fim gradual do individualismo materialista que alimentou a ganância de muitos e, de certa forma, esteve presente na gênese da crise financeira que hoje contamina a economia global. Quanto à questão da diversidade, a eleição de Barack Obama parece de fato confirmar o acerto dos prognósticos de Zogby.
Historicamente temos sido influenciados pela cultura americana. Apesar da enorme distância que hoje nos separa, será que receberemos ainda assim alguns dos bons fluidos emanados pela revolução de valores que começa a tomar conta do vizinho de cima? Essa é uma pergunta que provavelmente nos faremos várias vezes no decorrer de 2009.
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