Saiu hoje de manhã o resultado da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE. Em outubro o volume de vendas do varejo nacional cresceu 8,8% e o acumulado do ano passou um pouquinho de 11%. A análise desses números é mais ou menos parecida com a do mês passado - todas as atividades do varejo apresentaram crescimento e o destaque, mais uma vez, foram os super e hipermercados, que se beneficiam diretamente do aumento da massa salarial brasileira. Só para lembrar, em outubro o valor total pago em salários no país foi quase 11% maior que o de 2009. Por isso, apesar da inflação dos alimentos ter subido e chegado perto dos 7%, o que é muito, as vendas dos super e hipermercados continuam subindo.
Outro fenômeno que ajuda a impulsionar o desempenho do comércio brasileiro é a venda impressionante de móveis e eletrodomésticos. Se a gente comparar os primeiros 10 meses de 2010 com os primeiros 10 meses de 2009, vai ver que o desempenho desse setor já é 18% melhor esse ano. Claro que aqui o crédito é muito importante e tanto as medidas recentes do governo, de um lado, dificultando um pouco a concessão de crédito, quanto o aumento da inadimplência do consumidor de outro, pode frear um pouco o ritmo de venda desses produtos agora no final do ano. Mas só um pouquinho, viu? Porque a vontade do consumidor brasileiro de aproveitar os bons ventos está bem forte.
Se a gente considerar o que o IBGE chama de varejo ampliado, que inclui automóveis, motos e material de construção, o aumento no volume de vendas passa de 8,8% para 11,2%. Isso tudo graças ao apetite dos brasileiros por carros novos - em outubro a venda de carros subiu 16% em relação a 2009. Material de construção também vendeu bem em outubro, com uma elevação de 8,9% contra o ano passado. Isso tudo se refere a outubro. Nós já estamos em dezembro e tudo indica que o cenário não vai se alterar muito. O varejo deve fechar o ano com vendas perto de 11% maiores que as de 2009, o que seria um ótimo desempenho.
Um comentário:
Olá Marinho,
Vc pdoeria falar mais sobre porque, em sua opinião, a questão do crédito influenciou "só um pouquinho" o consumo dos brasileiros?
Abs
Thiago de Assis
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