Estilo de vida moderno leva brasileiro a comer mal, apesar do aumento na renda

No passado o que atrapalhava a boa alimentação dos brasileiros era a falta de dinheiro. Hoje em dia, quando a economia avança de vento em popa e mais pessoas ultrapassam a linha de pobreza, o que faz com que a gente coma mal é o estilo de vida apressado que caracteriza os tempos modernos.

Ontem o IBGE divulgou uma análise da Pesquisa de Orçamentos Familiares, que mostra que o volume de arroz consumido por cada brasileiro em casa caiu 40,5% entre 2003 e 2009. O consumo de feijão recuou 26,4% no mesmo período.

Em compensação, os alimentos e misturas industriais, segmento que inclui lasanhas e pizzas congeladas e massas prontas para bolos avançou 37% - foi proporcionalmente o que mais cresceu, diga-se de passagem. E tem mais - hoje, 33% da renda dos brasileiros urbanos vai para a alimentação fora do lar. Em 2003 esse percentual era de 27%. Os habitantes do Sudeste gastam ainda mais - 37% do orçamento doméstico dessa gente é para pagar almoço, jantar, café da manhã e lanche na rua.

A adesão à alimentação fora do lar e aos alimentos prontos e semi-prontos em casa é consequência de fenômenos como o aumento da presença de mulheres no mercado de trabalho e do excesso de tarefas que absorvem o tempo de todo mundo. Ou seja, quando chegamos em casa, queremos mais praticidade e menos trabalho. Botar feijão no fogo? É a última coisa que a dona de casa quer fazer, depois de um dia cheio.