Shoppings vivem seu melhor momento no Brasil

O Brasil vai assistir nos próximos anos um aumento considerável na quantidade de shoppings. Só agora, em 2010, já foram inaugurados 5 empreendimentos e outros 9 devem abrir até o final do ano. Mas, afinal, tem espaço para tantos shoppings assim por aqui? Os números mostram que sim. Para dar uma idéia, nós contamos hoje com 396 shoppings. Os Estados Unidos, que é o país com a maior quantidade de shoppings no mundo, possui mais de 40 mil. Nós estamos muito atrás, mas o momento é de expansão. Além desses 14 centros comerciais que serão abertos até o final do ano, há mais 29 projetos que devem ficar prontos em 2011. Isso considerando apenas os que se encaixam nos critérios da Abrasce, a Associação Brasileira de Shopping Centers. Se a gente considerar também os empreendimentos com menos de 5 mil metros quadrados de área locável a quantidade sobe para cerca de 750.

Além dos novos shoppings, muitos dos existentes estão em processo de ampliação, animados com o bom momento que experimenta o setor. Não é para menos. No ano passado, enquanto o comércio brasileiro crescia 5,9%, os shoppings vendiam mais 10%. Em 2010 a expectativa é de uma elevação de 12%.

Apesar de todo esse crescimento, apenas 18% das vendas do varejo nacional passam pelos shoppings. Isso acontece porque por muito tempo eles foram templos de consumo exclusivos das classes A e B e também porque estão ainda muito concentrados nas grandes cidades. Nada menos que 54% dos nossos shoppings estão localizados no Sudeste e só o estado de São Paulo tem 1/3 deles. Isso está mudando - empreendimentos populares começam a surgir e várias dessas inaugurações previstas para os próximos anos serão no interior do país.

Lojas para ocupar todos esses shoppings não vão faltar. Hoje a taxa média de ocupação dos shoppings brasileiros está por volta de 98%. Ou seja, tem muito pouco espaço disponível. Além disso, os shoppings se beneficiam do bom momento da economia brasileira - as redes varejistas também estão em fase de expansão de lojas, várias marcas internacionais já anunciaram a intenção de vir para o Brasil (e os shoppings são o destino natural da maioria delas), a indústria também deve abrir mais lojas para vender produtos diretos ao consumidor, como uma resposta ao avanço das marcas próprias do varejo (vide os exemplos recentes das lojas Havaianas, Hope, Valisére etc). Enfim, os shoppings vivem certamente o melhor momento dos seus 44 anos de existência no Brasil.