Lembro bem, como se fosse hoje. Naquela manhã de segunda-feira
eu estava fazendo uma bateria de exames no Hospital Oswaldo Cruz, como fazia
todos os anos. Já quase no final do check-up tocou o celular. Era a notícia da
morte de Maria Luisa Rodenbeck, em um estúpido acidente de carro na Niemeyer, a
caminho do aeroporto Santos Dumont, de onde ela viria para uma semana de trabalho
em São Paulo.
A terrível notícia daquele 1o de outubro de 2007 tinha muitos significados. Maria Luisa era esposa de Peter Rodenbeck
e responsável pela vinda da Starbucks ao Brasil. Uma pessoa incrível, que eu
tinha aprendido a respeitar e gostar. Além do choque com a partida de uma
pessoa querida, minha empresa, a BrandWorks (que em 2012 se tornaria GS&BW
por conta da união com a Gouvea de Souza), era responsável pela comunicação social
da Starbucks.
Corri para casa, troquei de roupa e voei para o Rio, ouvido
colado ao telefone, em conversas constantes com os amigos da Publicom, com quem
éramos associados na época, e que estavam envolvidos tanto na resolução dos
tristes procedimentos burocráticos, quanto no contato com
a imprensa. No cemitério do Catumbi, o calor abafado se somava ao olhar
perplexo das pessoas – como assim, Maria Luisa não estava mais entre nós? E agora?
Para se ter ideia do carisma da Maria Luisa, o próprio
Howard Schultz fez um bate-e-volta de Seattle a São Paulo para a missa de 7o
dia. Eu estava lá, na Paróquia de São Gabriel, no Itaim Bibi, admirando aquele
homem altíssimo e contrito na primeira fila da igreja, prestando sua homenagem
à sócia brasileira. Nós na BrandWorks fomos orientados a não divulgar a
presença dele no país – ele não queria que um gesto pessoal de
carinho e solidariedade à família da Maria Luisa fosse interpretado erradamente
como uma ‘jogada de RP’.
Seguimos trabalhando mais um tempo com a Starbucks, que
manteve o ritmo de crescimento conduzido com competência pelo amigo Ricardo
Carvalheira, antes de voltarmos nosso foco exclusivamente para o universo dos
shopping centers.
Todas essas lembranças me voltaram à mente hoje quando, chegando no escritório, encontrei um pacote à minha espera. Era o livro que
conta a história da Maria Luisa, que Peter me enviou com um bilhete simpático.
O projeto aconteceu por conta do esforço de uma legião de amigos dedicados da Luisa, como a
Ana Amélia Whately. Meu nome está citado no livro e tenho muito orgulho de ter
feito parte da história da chegada da Starbucks ao Brasil – e de ter trabalhado
com a Maria Luisa.
Fica a dica: o livro com a história dessa mulher competente, determinada,
inteligente, delicada e mestre em relacionamentos humanos, pode
ser um bom presente de Natal para você ou seus amigos. Para mim, presentão de verdade foi ter conhecido
a Lu.
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