O problema enfrentado pela Zara, que sofre as consequências da descoberta do uso de mão de obra semiescrava na produção de suas roupas, está ajudando por outro lado a desenvolver um negócio relativamente novo em nosso país. Eu me refiro às empresas que fazem “Gestão de Terceiros”. Ou seja, fiscalizam o trabalho das terceirizadas. Eu conversei com Adriano Dutra, diretor de uma dessas companhias, a Saratt/TGestiona, que me explicou que esse negócio começou a esquentar de 2010 para cá e que depois do escândalo da Zara, várias empresas já o procuraram preocupadas em saber se seus terceirizados estão mesmo andando nos trilhos.
E a chance de encontrar alguma coisa errada nos terceirizados não é pequena não. Embora os erros mais comuns sejam relacionados a procedimentos como falta de pagamento de hora extras, adicional noturno e aviso prévio, Dutra já descobriu certa vez problemas bem mais sérios, como menor trabalhando em lugar insalubre, contratado por uma terceirizada de uma empresa importante. Na opinião do Dutra, quando um terceirizado comete um crime, como foi o caso do fornecedor da Zara, a empresa que o contratou também é culpada, afinal, não soube eleger nem vigiar direito seus contratados.
Por isso, é bom abrir o olho. Afinal, as penalidades para quem pisar na bola vão muito além das multas e processos. A imagem da marca pode ficar arranhada para sempre.
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