segunda-feira, 6 de abril de 2009

Fecomercio ajuda a explicar porque os juros são tão caros no país

No final do ano passado, o governo tomou 2 medidas para atenuar os efeitos da crise financeira global. Reduziu o IPI (imposto sobre produtos industrializados) dos automóveis para estimular as vendas e também o IOF (imposto sobre operações financeiras) para que os bancos barateassem o crédito. As montadoras de fato repassaram o desconto no IPI para os consumidores e isso foi determinante para o crescimento das vendas de veículos. Já os bancos colocaram a diferença do IOF no bolso, aumentando o ‘spread’ para prevenir o aumento da inadimplência, e ainda por cima complicaram a concessão de crédito para os brasileiros. Para quem não sabe, spread bancário é a diferença entre a taxa de captação dos bancos e os juros cobrados nos empréstimos para os clientes.

Estudo divulgado hoje pela Fecomercio mostrou que as pessoas físicas pagaram nada menos que R$ 85.400 bilhões em spread no ano passado, quantia equivalente a duas vezes e meia o orçamento do Ministério da Saúde em 2008 ou 20% do volume de vendas do comércio brasileiro.

A composição do spread bancário para a pessoa física, ainda segundo a Fecomercio, é a seguinte:

- custos administrativos: 13%
- compulsório: 3%
- impostos: 20%
- taxa de risco: 37%
- lucro: 27%

A proposta da Fecomercio é de reduzir os custos administrativos para 7%, os impostos para 10%, a taxa de risco para 35% e o lucro para 20%. Apenas essas medidas seriam suficientes para economizar um volume de dinheiro equivalente a 5% de todo o faturamento varejista.

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