Na semana passada conversei com Simon Clift (foto), CMO da Unilever, depois da palestra que ele fez no congresso da WFA/ABA. Em bom português, afinal trabalhou vários anos no Brasil, Clift falou sobre a estratégia de associar cada uma das suas principais marcas a uma causa, o que ele chamou de 'marketing social'. Leia os principais trechos do bate papo:
Luiz: Quando a Unilever percebeu a importância de adotar uma causa para cada uma das suas principais marcas?
Simon: A Unilever já foi fundada com esse conceito de marketing. Cem anos atrás o próprio William Lever começou a vender sabonete tentando melhorar a vida dos trabalhadores, na Inglaterra do século XIX - e ao mesmo tempo fazer um bom negócio vendendo sabonete. Você não pode separar as duas coisas. Porém, cada marca tem que seguir suas próprias estratégias, por que obviamente a estratégia não pode ser uma coisa completamente fora do posicionamento da marca.
Luiz: Assim a Knorr defende as refeições em família, Dove promove a auto-estima das crianças, OMO diz que se sujar faz bem. Cada marca tem uma causa que faz parte do seu universo. Isso de fato, ajuda a vender mais produtos?
Simon: Ajuda sim, a gente não está no negócio de filantropia, filantropia é para outras pessoas e obviamente tem seu papel. Nosso negócio tem que ser sustentável porque se você vai dar dinheiro para causas simplesmente sem fazer dinheiro o dinheiro vai acabar. Então tem que ser um negócio totalmente sustentável. Nós falamos em inglês "Doing Well for Doing Good".
Luiz: Tem uma marca que aparentemente está um pouco fora desse escopo, que é Axe. Muitas pessoas acusam Axe de ter campanhas sexistas, colocando a mulher como um objeto. Como é que Axe se insere nessa estratégia macro da Unilever no mundo?
Simon: A Axe é dirigida para 1 milhão de meninos com pouca confiança. Então a Axe também tem sua própria causa social. Nada vai mudar a obsessão do típico teenager com a mulher bonita. O papel da Axe é aumentar a auto-estima desse teenager.
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