terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

No Brasil a Internet ainda é subestimada

Um dos mitos mais enraizados entre os profissionais de marketing brasileiros é o de que a Internet no país é um espaço da elite. De fato, há 8 anos 76% dos nossos usuários pertenciam às classes A e B. Porém, um ano atrás esse percentual já tinha baixado para 50%, segundo dados do Ibope NetRatings. A popularização da Internet no país é fruto não apenas da proliferação dos espaços de acesso público, apelidados de ‘lan house’, do Oiapoque ao Chuí, mas também do aumento nas vendas de computadores para a ‘Nova Classe Média Brasileira’, composta por um enorme contingente de pessoas de classe C e um pouco da classe D. Enganam-se ainda os que pensam que a grande maioria dos internautas brasileiros utilizam o acesso discado, que requer paciência e inibe a exibição de conteúdos multimídia. Em dezembro de 2008, dos 24,5 milhões de usuários ativos da internet residencial no país, nada menos que 83% navegaram por banda larga.

É verdade que as redes sociais, como Orkut e You Tube, os blogs e os programas de trocas instantâneas de mensagens ainda predominam na Internet brasileira, especialmente entre os mais jovens. Porém, gradualmente adultos com mais de 24 anos estão adotando o meio e impulsionando novos negócios. Para você ter uma idéia, entre dezembro de 2007 e dezembro de 2008 o número de usuários ativos da web com até 24 anos cresceu 7,5%, enquanto entre pessoas com 25 anos ou mais a evolução foi de 21,5%. Isso acarretou, por exemplo, um consumo mais intenso de conteúdo jornalístico na rede – e também ajudou a elevar as transações nos sites de comércio eletrônico.

Ignorar as possibilidades da Internet no Brasil é o mesmo que enterrar a cabeça na areia. É verdade que a quantidade de pessoas com acesso à rede no final do ano passado ainda é pequena, se comparada à nossa população total – somos apenas 38 milhões de brasileiros conectados. Mas vale lembrar que em apenas 3 anos o número de internautas ativos simplesmente dobrou no país. O ritmo de crescimento tende a continuar vigoroso, o que recomenda que as empresas olhem com muito mais atenção para a internet tupiniquim.

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