Os americanos receberam com profundo desânimo a informação de que mais de 500 mil pessoas haviam perdido o emprego nos EUA, apenas em dezembro do ano passado. Os brasileiros, por sua vez, se espantaram ao saber, por intermédio do Ministério do Trabalho, que a coisa por aqui tinha sido ainda pior – no último mês de 2008 nada menos que 654 mil empregados com carteira assinada foram para a rua. Será que situação no Brasil anda mais complicada do que no país de Obama?
De acordo com a mais recente Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE, divulgada ontem, apesar dos números ruins de dezembro, o país terminou 2008 com a menor taxa de desemprego dos últimos tempos. No fechamento do ano, 6,8% dos brasileiros estavam sem trabalho – para efeito de comparação, vale lembrar que ao final de 2003 este percentual era de 10,9%. Em termos práticos, isso significa que o ano passado deve ficar na história como um dos melhores da vida recente do Brasil, do ponto de vista da economia.
Isso nao significa, entretanto, que estamos voando em céu de brigadeiro. Na verdade, as demissões no Brasil se intensificaram no finalzinho do ano passado e as vagas eliminadas talvez nao sejam reabertas tão cedo, em função da queda na demanda observada em diversos setores. Várias pesquisas feitas no país a partir de setembro mostravam que os consumidores pisariam mais forte no freio se percebessem o desemprego aproximando-se do seu círculo de convivência ou se sentissem dificuldades para pagar as dívidas contraídas nos tempos de vacas gordas. Pois bem, além da tendência de aumento das demissoes e reduçao de abertura de novas vagas, a inadimplência das pessoas físicas subiu para 8% no encerramento de 2008, segundo dados da Serasa. Pior – houve um aumento de quase 13% no número de contas em aberto em dezembro, na comparação com 2007. É por essas e por outras que até mesmo os otimistas de carteirinha resolveram colocar as barbas de molho neste começo de 2009 e adotar a cautela como lema.
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