sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Inadimplência dos brasileiros volta a crescer em novembro

No mês passado escrevi sobre a preocupação que afligiu o mercado com a notícia da elevação da inadimplência do consumidor brasileiro (leia abaixo). Ontem, depois que a Serasa anunciou novo aumento nos índices de dívidas não pagas pelos consumidores tupiniquins, a aflição deve ter aumentado. Nos últimos 12 meses, a inadimplência dos consumidores subiu 8,4% e entre outubro e novembro de 2008 o crescimento foi de 1,7%. Como atualmente o endividamento dos brasileiros é bastante alto, se o calote dos consumidores se ampliar as consequências podem ser graves. Por isso mesmo, vale a pena acompanhar com atenção a evolução desse índice.

Inadimplência em alta está querendo tirar o sono do varejo (17/11)

Os dados divulgados pela Serasa no fim da semana passada acenderam a luz de alerta em várias empresas - a inadimplência da pessoa física no Brasil cresceu cerca de 5% em outubro, na comparaçao com setembro de 2008. O acumulado dos 10 primeiros meses do ano já registra um aumento de 7,5%. Vale lembrar que nos 10 primeiros meses de 2007 a alta nos calotes da pessoa física foi de apenas 0,3%.

Esses números sao bastante preocupantes, tendo em vista o papel determinante desempenhado pelo crédito no consumo das famílias em nosso país nos últimos anos. No mês passado, o Ibope estimou que 67% dos brasileiros tinham dívidas. Se a dificuldade em honrar os compromissos assumidos por toda essa gente se alastrar, as consequências podem ser graves. Hoje, ainda segundo a Serasa, os bancos suportam 43% da inadimplência nacional, seguidos pelos cartoes de crédito e financeiras, que concentram 33% dos compromissos em aberto. Os cheques devolvidos por insuficiência de fundos respondem por 21,5%. Para piorar a situaçao, os juros em alta no país, em decorrência da crise financeira internacional, dificultam a tarefa de quem estava acostumado a rolar as dívidas e também atrapalham os que desejam limpar o nome e quitar seus débitos. Só para dar um exemplo, segundo o Procon de Sao Paulo, os juros do cheque especial chegaram a 9,24%, maior taxa desde julho de 2003.

Em resumo, quem entrar no vermelho, seja porque perdeu o controle ou porque enfrentou algum imprevisto pelo caminho, encontrará mais dificuldades para regularizar a vida. Por outro lado, o estresse nao será menor para bancos, empresas de cartoes de crédito, financeiras e lojas que parcelam no pré-datado. Em outras palavras, esse fim de ano promete fortes emoçoes...

Um comentário:

Carlos Henrique Vilela disse...

Coloquei link para o seu blog nos meus 2 blogs, ok?

São eles: http://chmkt.blogspot.com/ e www.marketingdescomplicado.com.br .

Agradeço desde já.