A distância que separa o brasileiro das atividades culturais não é determinada principalmente pelo alto preço cobrado pelos ingressos ou livros, como muitos imaginam. A maior parcela de culpa vai para a falta de hábito associada ao pouco apreço por esses programas. E isso afeta todas as faixas sociais, inclusive a elite, representada pelas classes A e B. Por isso mesmo, a maioria da população não tem a menor intenção de mudar de atitude em 2008.
A questão passa ainda pela carência de salas de exibição, teatros casas de shows e bibliotecas nas regiões mais carentes – só para citar um exemplo, 24% dos entrevistados das classes D e E disseram que não foram ao cinema em 2007 porque não havia opções perto de onde moram. E isso, é claro, dificulta a formação do hábito de consumo cultural.
Sem cinema, livro, teatro, shows e exposições de arte, resta ao brasileiro médio informar-se e divertir-se pela TV. Essa constatação, além de dimensionar o tamanho da influência que esses veículos de comunicação exercem sobre o país, também explicam porque a mídia televisiva, apesar dos percalços que enfrenta, ainda deve manter sua hegemonia por muito tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário