Ao apagar das luzes de 2013 o governo brasileiro anunciou o
aumento do IOF sobre cheques de viagem e cartões pré-pagos carregados com moeda
estrangeira. A elevação da alíquota de 0,38% para 6,38% seria para conter a
gastança dos brasileiros no exterior, que esse ano deve ficar em US$ 23
bilhões, valor 14% superior ao do ano passado.
De fato, os brasileiros quando viajam enfiam com vontade o
pé na jaca das compras. Para se ter ideia, os tais 23 bilhões de dólares
torrados lá fora devem significar 1/3 das vendas dos shopping centers
brasileiros este ano. Não é pouco. Porém, enganam-se os que porventura
acreditam que o aumento do imposto será suficiente para conter os gastos dos
turistas no exterior. Em geral, os produtos comprados nos Estados Unidos, por
exemplo, custam três vezes menos do que os similares nacionais – e costumam ter
qualidade bem superior. O novíssimo iPad Air, wifi, de 16 GB, ficará US$ 32
mais caro para os brasileiros depois da medida. Alguém acha mesmo que isso será suficiente para
desestimular a compra?
Se a ideia é fazer o consumidor comprar em casa, um bom
começo seria reduzir os impostos aqui dentro e também o chamado 'Custo Brasil'. Os preços nas lojas estão caros,
não apenas porque a carga tributária é excessiva, como também porque os custos
de operação dos lojistas são altos. A consequência é um crescimento modesto do comércio, o
que contribui para reduzir o ritmo de crescimento do país como um todo.
O aumento do IOF para compras no exterior, portanto, não
resolve o problema do varejo e ainda incomoda o turista. Por outro lado, alivia um
pouco o caixa do governo, que embolsa cerca de R$ 550 milhões adicionais para
bancar despesas essenciais, como levar o Presidente do Senado de avião da FAB para
fazer um implante capilar em Recife. ;-)
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