sexta-feira, 25 de março de 2011

Hora do Planeta | Você pode apagar as luzes amanhã, mas seus vizinhos não vão fazer o mesmo

Amanhã, sábado, dia 26 de março, das 8 e meia às 9 e meia da noite, residências, empresas e até cidades inteiras vão apagar suas luzes num gesto simbólico, planejado pela ONG WWF para mobilizar a sociedade na luta contra o aquecimento global. O evento, que se chama Earth Hour, ou a Hora do Planeta, em português, começou em 2007 com a adesão de apenas uma cidade - Sydney, na Austrália. Em 2008, a quantidade de participantes saltou para 50 milhões de pessoas, em 400 cidades de 35 países. Em 2009 foram 3.922 cidades e 88 países e no ano passado o evento conseguiu movimentar meio bilhão de pessoas, 4.616 cidades em 128 países, incluindo aqui o Brasil.

É certo que muitos monumentos e fachadas de edifícios do nosso país estarão às escuras por uma hora amanhã. Mas isso não significa que a população esteja mesmo consciente do sério problema que é o consumo de energia. No ano passado eu mesmo apaguei as luzes da minha casa mas a vizinhança não estava nem aí para a Hora do Planeta. Infelizmente, amanhã não vai ser muito diferente porque nossa preocupação com esse tema ainda é bem pequena. Quer uma prova? Pesquisa feita no ano passado pelo Instituto Akatu mostrou que 38% dos brasileiros admitem que deixam lâmpadas acesas em ambientes desocupados. O pior é que em 2009 esse índice era de 28%. Ou seja, o desperdício está aumentando e não diminuindo.

Por isso mesmo, não alimento muitas esperanças com essa Hora do Planeta. É preciso bem mais para quebrar a inércia dos brasileiros. :-(

2 comentários:

Luana Rocha disse...

Oi, Marinho, acompanho seu blog já há mais de um ano. Parabéns pelo trabalho! A verdade é que a hora do planeta é só um ato simbólico, uma forma de você dar mais repercussão a temas como consumo consciente, preservação do planeta e afins. Mas, aqui no Brasil, ainda estamos longe de atingir um alto grau de conscientização. Fico pensando nessa imensa camada da população que durante anos ficou à margem da sociedade, vivendo na carência do mínimo, do aceitável para sobreviver. E que agora está tendo acesso ao sedutor mundo do consumo - aquele que, durante esses mesmos anos de carência, encheu os pensamentos de todos com propagandas e mensagens de que consumir, gastar, comprar são sinônimos de felicidade e sucesso. E agora? Vamos dizer a eles que não é bem assim, que pensem em como isso prejudica o planeta, a sociedade? E mesmo as empresas brasileiras, que agora estão descobrindo esse imenso e rico mercado, será que elas de fato querem preservar alguma coisa? Conscientizar um consumo responsável? Infelizmente acho que ainda temos muito caminho a trilhar pela frente, a começar pela nossa sofrível educação básica e fundamental...

LUIZ ALBERTO MARINHO disse...

Oi Luana, é isso mesmo. Concordo 100% com você. Só acrescentaria um dado, que é cultural do brasileiro - para nós, em geral, o que é de todos não é de ninguém. E cabe ao governo e às empresas resolverem problemas como o do aquecimento global, sem contar muito com o nosso esforço. Reverter isso é tarefa para séculos... Abração!