Varejo teve crescimento recorde em 2010. Mas começa 2011 em ritmo mais lento.

Saiu hoje pela manhã o resultado da Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE. Os números apontam para um crescimento de 10,9% no acumulado das vendas de 2010 em relação a 2009, desempenho que pode ser considerado muito bom - é o maior percentual de aumento desde 2001. Se a gente considerar o chamado varejo ampliado, que inclui carros, motos e material de construção, essa elevação passa para 12,2%. Vale lembrar que em 2009 o varejo tinha crescido o volume de vendas em 5,9% sobre 2008, por conta dos reflexos aqui no país da crise financeira global.

Todos os setores cresceram em 2010. Porém, o balanço final mostra que a contribuição mais significativa do aumento foi dada pelo segmento de super e hipermercados. É natural - com mais dinheiro no bolso, a primeira coisa que o consumidor faz é caprichar no carrinho de compras. Por isso mesmo os supermercados cresceram 9% em comparação com 2009. Depois veio o setor de móveis e eletrodomésticos, que também foi beneficiado pela alta da massa salarial, a baixa do emprego, o crédito farto e ainda por cima por eventos como a Copa do Mundo. Em terceiro lugar ficaram as lojas de vestuário e calçados, que tiveram um desempenho ruim em 2009, mas foram se recuperando e terminaram 2010 vendendo 10,7% mais que no ano anterior. Merece destaque ainda o varejo de automóveis e motocicletas, que registrou um avanço de 14,1% e o de materiais de construção, que fechou o ano passado com um volume de vendas 15,6% superior ao de 2009.

Quais as perspectivas para 2011? Dá para afirmar, sem medo de errar, que o ritmo de crescimento vai ser menor este ano e que não vamos repetir esse aumento de 2 dígitos. Prova de que o ritmo já vinha diminuindo no final de 2010 é que não houve variação de vendas entre novembro e dezembro do ano passado. Na comparação por trimestres essa tendência se confirma - o 3o trimestre de 2010 apresentou um crescimento de 11,2% sobre o 3o trimestre de 2009. Já no 4o trimestre, as vendas subiram apenas 9,6%. O que ainda é um resultado espetacular, mas mostra um certo desaquecimento. Enfim, essa é a tendência para 2011: desempenho positivo, porém com crescimento um pouco mais modesto. O que não é ruim. Afinal, crescer cerca de 7% sobre 2010, que foi um ano maravilhoso para o varejo, pode ser considerado um ótimo resultado.