Pesquisa realizada pela Nielsen, cujos resultados foram
publicados hoje pelo jornal Valor Econômico, comprovam que os brasileiros
pisaram mesmo no freio, quando o assunto é consumo.
A principal pergunta do estudo era: "como você pretende
gastar o dinheiro que sobra depois de pagas as despesas essenciais'? Em outras
palavras, a pesquisa investigou o destino da renda discricionária das famílias
brasileiras, aquele dinheirinho que resta depois de pagos o aluguel da casa, as
contas de luz, gás e telefone, o celular e as prestações em aberto, entre
outras.
Para começo de conversa, 16% dos entrevistados garantiram
que no segundo trimestre não sobrou nada no fim do mês, percentual bem maior do
que o apurado no trimestre anterior, quando o índice ficou em 10%.
Os consumidores podiam dar respostas múltiplas sobre o
destino do dinheiro remanescente depois de pagas as contas essenciais. Pois
bem, nenhum dos itens pesquisados registrou aumento de disposição de consumo do
primeiro para o segundo trimestre de 2015. No topo da prioridade das famílias
brasileiras continua pagar dívidas, destino que 38% dos respondentes estão
dispostos a dar aos recursos que sobraram (no trimestre anterior esse índice
era de 42%). Na sequência estão entretenimento fora do lar, preferência de 37%
(contra 43% no 1T), roupas novas (29% no 2T e 32% no 1T), produtos com novas
tecnologias (23% no 2T e 27% no 1T) e viagens e férias (21% no 2T e 26% no 1T).
Até a capacidade de poupança e investimento foi afetada pela
crise, segundo a pesquisa - a intenção de poupar e investir com os recursos
excedentes também caiu.
Conclusão - há de fato menos dinheiro no bolso dos
brasileiros e isso já causa queda no consumo de itens supérfluos. Não estamos
mais falando somente de famílias cortando despesas por medo do que vem por aí,
mas também de consumidores que, diante de uma inflação em ascensão, perdeu
capacidade real de compra no curto período de 3 meses.
Muito provavelmente, o panorama no 3o trimestre será ainda
pior. Para shopping centers e varejo é tempo de rever estratégias e ajustar-se à realidade
de uma crise que não será passageira.
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