quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Crise será longa e o pior ainda está por vir | Pesquisa

Ontem, na ESPM aqui de São Paulo foram apresentados os resultados de mais uma pesquisa feita para avaliar os impactos da crise americana no mercado brasileiro. Esse estudo foi feito pela Advance, que entrevistou 580 executivos agora em novembro. Para 81% desses empresários a crise é grave ou muito grave. Curiosamente, empresas maiores tendem a acreditar que os problemas são mais graves do que as empresas menores.

Outra conclusão interessante desse estudo é que os reflexos dos problemas devem mesmo ser diferentes dependendo do segmento de atuação da empresa. Por exemplo, os setores de seguros, automóveis e higiene e beleza estão bem mais preocupados do que os de restaurante e fast food, saúde e bem estar e lavanderia e limpeza. A razão é simples – mesmo em tempos difíceis as pessoas precisam continuar comendo, se tratando e cuidando da casa, não é mesmo?

Quando perguntados sobre o tempo de duração da crise, 41% disseram que ela deve durar mais de 2 anos. Já para 47% dos entrevistados, ela não passa de um ano. Para a imensa maioria - 75% para ser mais específico, a pior fase será no 1º semestre de 2009. Para os empresários entrevistados nessa pesquisa, é até possível crescer em tempos difíceis. Para isso eles planejam investir em marketing, se aproximar ainda mais dos seus clientes, fazer parcerias com empresas complementares, enxugando custos, aumentando a produtividade e roubando mercado das empresas que não fizerem nada disso.

5 comentários:

Anônimo disse...

Marinho, que bom que eles irão investir em Marketing! Sendo assim, este setor só terá a crescer, rs... Mas me diga, você está mesmo abandonando o barco, quer dizer, o ônibus azul?? Por quê???

Anônimo disse...

Sobre "Curiosamente, empresas maiores tendem a acreditar que os problemas são mais graves do que as empresas menores".

Acredito que o que a mídia brasileira esquece de apontar é que nosso país possui mínima relação das empresas com o mercado de capitais, ou seja, para a maioria de nossos empresários a crise irá se mostrar apenas em processos relacionados a variação cambial, sendo que essa é regulada pelo Governo e, portanto, sempre terá impacto mais tênue que a de capitais.

A crise duradoura e profunda apontada deverá sim se abater sobre as empresas de capital aberto, sobre aquelas que possuem grande capital imobilizado em títulos e principalmente nas multinacionais exportadoras que dependem do humor externo para sobreviver.

Acredito que, no final, a atual crise servirá mais como impulso para vender publicidade no jornalismo nacional que efetivamente para incomodar o cidadão brasileiro comum das classes C-D-E.

LUIZ ALBERTO MARINHO disse...

Sim, Atila, estou deixando o Blue Bus para tentar novos caminhos. Levo comigo maravilhosas lembranças e um profundo sentimento de gratidão por tudo o que aprendi e recebi durante todo esse tempo.

Anônimo disse...

Marinho,

Estava conversando com meu assistente e a cada dia que passa vemos mais cortes e demissões em massa, sobretudo na área de comunicação no exterior. Não sei o impacto que isso causará nos veículos e agências do Brasil mas até onde vejo não está tão visivel assim, não!?

Parabéns pelo trabalho no Blue Bus e estamos por aqui agora. Abs.

LUIZ ALBERTO MARINHO disse...

Duda, por aqui os cortes tem sido até agora discretos. Acredito que uma grande ameaça para nós seja a pressão que os grupos multinacionais farão sobre as filias, especialmente em países emergentes, para elevar as metas de lucratividade. Isso sim pode ocasionar mais demissões do que a desaceleração econômica.

A propósito, obrigado pelo elogio ao trabalho que fiz no Blue Bus, mas vale dizer que deixei de colaborar com o site. Foram 13 anos maravilhosos, mas era hora de trilhar novos caminhos.