quarta-feira, 18 de abril de 2007

Funcionário também é cliente

Foi lá pelo final do século 20 que o pacto de fidelidade entre empresas e empregados começou a se romper. Até então, permanecer muitos anos em um mesmo lugar era exemplo de virtude. Mas a tecnologia, a febre da redução de custos e a super valorização do novo quebraram a corrente. Jovens começaram a substituir os veteranos trazendo economia para as empresas – eles ganham menos e ainda correm mais. Funções foram extintas ou terceirizadas e enxugar a folha de pagamentos é considerado uma espécie de feito pelo qual os gestores ainda hoje recebem elogios e prêmios.

A reação dos funcionários demorou um pouco, mas chegou. Desfeita a ilusão de fazer longa carreira na mesma empresa, muitos executivos passaram a jogar mais para a platéia do que para o crescimento dos negócios dos patrões. Afinal, do prestígio adquirido no exercício do cargo depende agora a obtenção do próximo emprego e, mais importante, o tamanho do novo salário.

Em resumo, muitos funcionários responderam à crescente despersonalização do ambiente funcional ou arriscando muito pouco, para defender o emprego, ou buscando o brilho individual e resultados de curto prazo, para chamar a atenção de outras empresas e valorizar o passe.

Em ambientes como esses fica mesmo difícil atender bem aos desejos dos pobres consumidores. Antes de reinventar as estratégias de marketing, para atender as novas demandas de nossos clientes, talvez seja bom primeiro repensar nossos ambientes corporativos e, principalmente, as relações com nosso público interno.

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