Na semana passada o Grupo Pão de Açúcar e as Casas Bahia finalmente chegaram a um acordo definitivo para a união das duas empresas. Além desse grande negócio, o mercado de eletroeletronicos também foi movimentado pela fusão entre A Insinuante e a Ricardo Eletro, que criou a holding batizada de Máquina de Vendas, que também incorporou recentemente a City Lar, marca forte no Centro Oeste.
Enganam-se, porém, os que pensam que esse processo de consolidação está restrito ao mundo dos bens duráveis. De acordo com a consultoria Pricewaterhouse Coopers, só nos primeiros 5 meses de 2010 houve 16 operações de fusões ou aquisições no varejo brasileiro. E isso deve, no médio prazo, mudar a cara do mercado, que ainda é muito pulverizado. Para se ter uma ideia, basta dizer que os 5 maiores varejistas de vestuário no Brasil são responsáveis por apenas 18% das vendas do setor. Na área de material de construção esse percentual é ainda menor - os 5 maiores comerciantes respondem por somente 9,6% das vendas nacionais, segundo dados da Gouveia de Souza.
Um desses segmentos que está em pleno processo de reestruturação é o de farmácias. Matéria publicada hoje pelo jornal Valor Econômico mostra como o varejo farmacêutico está se transformando, com o avanço das grandes redes sobre as pequenas lojas. Já no mês passado a Drogaria São Paulo fez um movimento tão ousado quanto o do Pão de Açúcar, ao comprar a Drogão e passar do 3o para o 1o lugar no ranking do setor. De fato, aos poucos as redes vão dominando o mercado. Existem hoje cerca de 72 mil farmácias no Brasil, segundo a Abrafarma, mas cerca de 16% dessas lojas já concentram sozinhas 75% das vendas. E as redes, que possuem 5% das lojas, já produzem 40% das vendas.
Esse cenário deve prevalecer no futuro, e não apenas no setor de farmácias. Mas, afinal, quem ganha e quem perde com o processo de concentração no varejo? Tudo isso representa uma grande ameaça ao futuro de pequenos e médios lojistas, que não tem condições de brigar por preços e pontos com os grandes, uma preocupação para a indústria, que vai depender mais de poucas redes poderosas e vai exigir também atenção dos consumidores, claro, embora a briga entre os grandes possa até trazer benefícios para os clientes em termos de preços e promoções.
A única certeza é que a competição veio para ficar.
Um comentário:
Vale lembrar outros interesses de fusão bem recentes: enquanto a B2W quer assumir a operação de comércio eletrôcio da Renner, esta retoma seu desejo de comprar a Leader.
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