Essa semana, no lançamento da operação brasileira da Razorfish, celebrada agência multinacional digital, Joe Crump, vice-presidente da agência, concentrou seu discurso no paradoxo entre a alta penetração da internet no Brasil e a baixa fatia que cabe à propaganda digital no orçamento de marketing das empresas brasileiras – segundo o Projeto Intermeios, apenas 4,4% das verbas de propaganda são destinadas a ações na internet. A média global ficou no ano passado perto de 12%.
As agências digitais acham que essa participação devia ser maior. Afinal, o brasileiro adora a internet. Para dar uma idéia, basta dizer que nós passamos em média 26,7 horas mensais ligados na web, enquanto média global é de somente 22,3 horas. Mesmo a cultuada Classe C brasileira aderiu fortemente ao mundo online. Dados do Data Popular mostram que 58% dos membros desse extrato social possuem um computador e 80% deles não viveriam sem um. Isso ocorre porque os que não tem um computador em casa recorrem às Lan houses – existem no país mais de 90 mil desses espaços públicos de acesso à web, contra apenas 2.300 cinemas e pouco menos de 3 mil livrarias.
Crump acha que o principal culpado por esta situação é o sistema de bonificação por volume oferecido pelos veículos tradicionais para as agências de propaganda. Eu diria que o BV tem influência sim, mas outros fatores, como o tempo de maturação do mercado digital brasileiro e a falta de ousadia da maioria de nossos profissionais de marketing, também contribuem bastante. A chegada de agências importantes ao país, como a Razorfish, pode ajudar a equilibrar esse cenário.
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