sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Os shoppings e a difícil tarefa de conquistar o consumidor ‘Mais por Menos’

Os shoppings brasileiros sempre tiveram a elite como público prioritário. Afinal, eram esses os seus frequentadores mais assíduos. Para se ter uma ideia, há 6 anos, 79% dos clientes dos nossos centros comerciais pertenciam às classes A e B, de acordo com uma pesquisa feita na ocasião pela ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers. Porém, de lá para cá o país mudou radicalmente e hoje a chamada Nova Classe Média representa um contingente não apenas numeroso como também poderoso, no que diz respeito ao consumo.

Pesquisas mais recentes da ABRASCE mostraram que a proporção de clientes das classes A e B nos shoppings nacionais caiu para perto de 55% do total. Isso no entanto não significa que o shopping center tenha conquistado o coração dos brasileiros da classe média. O estudo inédito “Classes em movimento: O consumidor MAIS POR MENOS redefine o varejo”, desenvolvido pela GS&MD e que foi apresentado no 15º Fórum de Varejo da América Latina,  em São Paulo, mostra bem as consequências do afastamento proposital que os shoppings promoveram em relação ao consumidor da classe média ao longo dos anos: a pesquisa mostra que somente 29% dos entrevistados preferem fazer compras em shopping centers em detrimento às lojas de rua.

Em parte isso acontece por uma questão de hábito. A pesquisa comprovou que o consumidor ‘Mais por Menos’ não está disposto a mudar de loja apenas porque tem mais dinheiro no bolso agora. Ao contrário – ele tende a ser fiel às lojas e canais onde comprava nos tempos das vacas magras. Entretanto, piora a situação dos shoppings o fato de que a Nova Classe Média relaciona os centros comerciais de hoje a produtos de qualidade média e a um atendimento sofrível.

Essa é uma notícia preocupante para os shoppings, especialmente neste momento em que o setor está em fase de plena expansão. Para alimentar de clientes as dezenas de novos empreendimentos em construção ou ampliação, os shoppings precisarão rever algumas estratégias, a começar pelo mix de lojas, a ambientação e o tratamento que seus funcionários e lojistas prestam ao cliente popular, naturalmente mais exigente no trato com o dinheiro que tem para gastar. Quem não conseguir ser bem sucedido neste desafio, terá problemas para crescer nesse novo Brasil que se avizinha.

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